domingo, 27 de junho de 2010

História Atemporal


Cobriu sua vida de disfarces, desculpas para cada situação. Escondia-se atrás de seus medos e suas mágoas, fingia ser forte apenas para se sentir melhor. Foi deixando passar chance após chance de mudar... Viu os dias começarem e terminarem iguais. As horas passavam voando, sem que percebesse que a vida ia também. E os dias viraram meses, e os meses viraram anos, e toda aquela inútil inércia frente as coisas que enfrentava parecia de vez tomar conta de si. Sentia vontade de gritar, em casa, na rua, ao mundo, que a angústia tirava seu rumo, e o guiava para um caminho desconhecido, sem se saber se poderia voltar para casa, para a segurança, para a sanidade...
E achou que ficaria melhor sozinho, e achou que seria fácil voltar a ser o que era, o que foi até o tempo em que fez suas escolhas, em que mudou o seu destino, para pior, ele pensava.
Pensou na vida em que levava, e em todas as opções, não viu saída a não ser se amparar no que melhor tinha, suas ideias, para chutar pra longe todos os problemas, e ser forte, mais do que fingia ser.
Agora espera o dia de amanhã, sempre melhor que o de hoje, sem deixar de fazer o que pode para que seja. Se reclamar da própria sorte não adianta, então procura por si próprio não precisar contar com ela.





História atemporal, sem começo, nem final, não para alguém...





Márcio 27/06/2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário